“E EU NÃO SOU UMA MULHER?”
A NARRATIVA DE SOJOURNER TRUTH
A primeira escravizada a conseguir a condenação na justiça de um senhor de escravos. Uma vida de provações e resistência, narrada no livro que impulsionou as lutas pelos direitos dos negros e das mulheres.
Se a primeira mulher que Deus fez foi forte o suficiente para virar sozinha o mundo de cabeça para baixo, as mulheres, juntas, são capazes de trazê-lo de volta e colocá-lo de pé novamente!
Sojourner Truth é a identidade assumida pela escravizada nascida em 1797, a quem os senhores chamavam de “Isabella”. Mulher, escravizada, iletrada: mesmo no degrau mais baixo da pirâmide social, Sojourner tornou-se uma força transformadora em prol dos direitos das mulheres e dos negros. Ainda que lhe tenham negado os estudos, conseguiu derrotar um senhor de escravos que havia vendido seu filho de cinco anos. Sua história de vida tornou-se um poderoso manifesto pela afirmação dos direitos dos negros. Sojourner, mais que uma referência moral, foi uma liderança na batalha pelos direitos das mulheres e dos negros. É também desbravadora dos direitos femininos, com seu discurso “E eu não sou uma mulher?”, proferido, de improviso em 1851. O impacto do discurso levou a escritora bell hooks a intitular de Ain’t I a Woman seu fundamental ensaio sobre o feminismo negro.