A VAGABUNDA
Colette
Um homem roubou sua história, outros quiseram sua vida.
Neste romance autobiográfico, uma mulher acaba de se divorciar de um homem que a traía e que roubava a autoria de seus livros. Rejeitada pela sociedade, ela ganha a vida nos palcos do bas-fond parisiense. É quando um “pretendente” apaixonado lhe oferece amor e luxo, desde que ela abandone a vida “de vagabunda”.
Tenham certeza que uma longa paciência, formada por mágoas sofregamente guardadas, afinou e endureceu essa mulher de quem se diz: — Ela é feita de aço!
Ela é feita de mulher, simplesmente. E é o que basta.
Quando escritoras mulheres ainda eram exceção, Colette (1873-1954) foi a mais transgressora delas, ao desafiar costumes e conceitos de gênero. Seus primeiros livros, nos quais contava sua própria história — a de uma menina do interior que descobre o amor e o sexo na Paris cosmopolita — foram roubados pelo marido, que ficou com os direitos autorais.
Em A vagabunda, Colette faz referência à sua vida no bas-fond de Paris após o divórcio. O livro, o primeiro que ela pôde assinar, abriu o caminho para clássicos que inovavam ao tratar de sexo e sociedade do ponto de vista feminino. Colette fez da sua vida uma grande obra: amou homens e mulheres, lutou pela liberdade e a desfrutou como ninguém e é considerada um dos maiores escritores franceses do seu tempo.