DEZ DIAS NO MANICOMIO

NELLIE BLY

Uma garota foi declarada louca e trancafiada no manicômio… e esse era seu plano o tempo todo. Nellie Bly, destemida repórter queria investigar como as pacientes eram tratadas e denunciou a tortura das doentes mentais e de muitas mulheres sãs, que a sociedade descartava. Quando se dizia que redações “não eram lugar para mulher” essa jornalista foi aonde quis (deu até a volta ao mundo em 72 dias!), fez história e detonou preconceitos.

“Se as garotas fossem garotos, logo iriam dizer que, não importando de onde comecem, elas podem, se forem ambiciosas, ganhar fama e fortuna. Tantos grandes e ricos homens que conhecemos começaram do nada; mas onde estão as tantas mulheres? Um jovem pode começar trabalhando como moço de recados e trabalhar seu caminho até o topo. As garotas são tão espertas, e um bocado mais rápidas em aprender; então porque não podem fazer o mesmo?”

Aos 20 anos, Nellie Bly leu um artigo sobre o “problema” das mulheres que não se casavam. Ela respondeu com uma carta tão incisiva que o jornal a contratou. Para não ficar restrita às sessões de “cuidados do lar”, Nellie partiu para Nova York e foi desafiada por Joseph Pulitzer a investigar um asilo mental acusado de maus-tratos com as pacientes. “Eu disse que poderia, que iria e o fiz”. E o fez com coragem, fingindo-se de louca e sendo internada. O resultado foi contado em Dez dias no manicômio, a primeira “reportagem proeza”, à qual se seguiriam outras investigações, nas quais Nellie expôs corruptos e exploradores das mulheres e  pobres. Mais tarde, resolveu se dedicar à sua maior (e mais  longa) reportagem: dar a volta ao mundo e quebrar o recorde que só existia nos livros de aventuras. Mais do que correr contra o relógio, Nellie precisava vencer o machismo da época, que duvidava que uma mulher conseguiria se virar sozinha, quanto mais atravessar o planeta. 

DEZ DIAS NO MANICÔMIO

206 p., 13x18cm, 9786586419054